Decretos e limitações?

Algo para existir, precisa primeiramente ser criado e se fosse Deus criado, seria primariamente criatura e passível de limitações. Se Deus se fizesse limitado, seria imparcial e conseqüentemente imperfeito e mutável como sendo criatura, e deixaria de ser Deus. Ele nunca existiu, pois nunca foi criado e nunca será criado, porque Deus simplesmente sempre foi. Existindo, seria passível de ter um fim e não seria Ele eterno. A eternidade se encontra em Deus sendo Ele o tudo e tudo sendo Ele. Temos um exemplo que pode nos explicar de uma forma mais simples o que é a eternidade de Deus com uma Progressão Geométrica Infinita, como se considerarmos uma pessoa que possui uma barra de chocolate e deseja que ela não acabe tão cedo, essa pessoa come sempre a metade do que têm, assim, no primeiro dia comerá a metade da barra inteira. No segundo dia, a metade da metade que sobrou do dia anterior. No terceiro dia comerá a metade do pedaço do dia anterior, e assim por diante. Podemos usar esse exemplo esta seguinte PG, . Nunca teremos um resultado, pois a mesma é infinita. Temos assim uma visão quase que nula sobre o que é a eternidade de Deus, pois somos impossibilitados de pensar além do que podemos ver.
Por uma visão de que tudo é Deus e Ele é a eternidade, é possível entender que tudo o que acontece, acontece em Deus e em favor dEle, tendo então o tempo presente, passado e futuro presentes nEle.
Em Deus tudo o que aconteceu e ainda vai acontecer se faz num continuo já, um presente indefinido e infinito, em um pensamento longe da compreensão do homem que ao tentar compreender algo ilimitado acaba limitando, pois a sua capacidade de compreensão não pode passar daquilo que lhe foi designado. Algo que é limitado não pode compreender o ilimitado.
O decreto de Deus pode ser resumindo dizendo apenas que tudo o que acontece é porque Ele ordenou que assim fosse, desde o começo mesmo sendo o começo um agora para Deus e até o fim, sendo este também um já.
A onisciência quer dizer que Ele sabe de todas as coisas possíveis, “sendo que não há impossíveis para Deus”, Ele sabe o que vai acontecer e o que já aconteceu, “tendo em mente que tudo é um eterno agora”, fica mais fácil entender o que é a onisciência, pois tudo para Deus sempre é.
Ao discutirmos sobre o decreto e a onisciência de Deus, não é possível que cheguemos a um ponto certo a menos que concordemos que tudo é um eterno agora, se abrirmos mão de prosseguir com a eterna discussão criada pela mente humana limitada de que algo deve acontecer antes de algo, e não é possível tudo ser feito ao mesmo tempo, nunca chegaremos há um ponto certo, pois ficaríamos em um mesmo patamar usando ilustrações conhecidas e limitadas do que Deus pode fazer. Acrescentando nossas limitações a Deus. Sendo que nossa mente é incapaz de avançar além do que nos é permitido. A idéia de que tudo foi decretado antes que qualquer coisa acontecesse é muito mais atrativa e passível de entendimento, sendo também aceita por muitos dos teólogos que discutem esta área, os argumentos são mais fáceis e o trabalho de pensar seria poupado. “Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar.” (Albert Einstein).
Em meu caso ao ser abordado sobre a questão, discordei de que Deus decretaria porque sabia o que ia acontecer ou sabia de tudo por isso decretou o que seria. Pois não posso fugir da idéia de que Deus é eterno e tudo se passa no mesmo momento. Em uma visão eterna então é impossível separar tudo o que há em Deus, e dizer que fez algo antes de algo é completamente irracional e até mesmo irônico.